Por Danilo José Viana da Silva
Tenho a impressão de que a "Ilha Voadora" descrita por Jonathan Swift em "Viagens de Gulliver" corresponde a um típico exemplo de como a sátira literária pode exercer um considerável efeito crítico àquilo que Bourdieu considerava como um dos maiores obstáculos característicos do mundo intelectual, qual seja, o "ponto de hora escolástico" e todas as suas ilusões correlatas.
A ilusão de absoluta autonomia das questões propriamente intelectuais frente as pressões da vida ordinária, ligada a um sentimento de liberdade reforçado pela disposição para transformar os problemas mais viscerais da existência em uma questão abstrata (reforçando assim as oposições entre o conhecimento abstrato e a tudo o que está ligado a terra, ao gosto, ao corpo, etc), vem encontrar o seu caso limite, na sátira de swift, na existência de uma ilha voadora onde os seus habitantes mais notórios "andavam", como lembra Swift, " sempre mergulhados em altas especulações, que precisavam de ser despertados daquela maneira para responder ao que lhes era perguntado. Assim, toda a pessoa de posição possuía um "acordador" que o acompanhava a toda a parte." (Viagens de Gulliver. SP: Ed. PARMA LTDA. 1982. p. 89)
A ilusão de absoluta autonomia das questões propriamente intelectuais frente as pressões da vida ordinária, ligada a um sentimento de liberdade reforçado pela disposição para transformar os problemas mais viscerais da existência em uma questão abstrata (reforçando assim as oposições entre o conhecimento abstrato e a tudo o que está ligado a terra, ao gosto, ao corpo, etc), vem encontrar o seu caso limite, na sátira de swift, na existência de uma ilha voadora onde os seus habitantes mais notórios "andavam", como lembra Swift, " sempre mergulhados em altas especulações, que precisavam de ser despertados daquela maneira para responder ao que lhes era perguntado. Assim, toda a pessoa de posição possuía um "acordador" que o acompanhava a toda a parte." (Viagens de Gulliver. SP: Ed. PARMA LTDA. 1982. p. 89)